quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Ciclo de Alfabetização e Progressão Escolar


Ciclo de Alfabetização e
Progressão Escolar
 
                 Historicamente, a educação, por muito tempo, serviu para atender a uma determinada classe social, ou seja, poucos tinham acesso ao ensino formal e, além disso, era considerado como forma de ascensão, onde existiam regras rígidas, pouco flexíveis; não se falava em inclusão, em educação popular, enfim...

            Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº. 9394/96), a mesma passou a ser um direito de todos independente de classe social; com igualdade de condições, acesso e permanência.

            Além disso, mudanças significativas relacionadas ao currículo escolar começaram a ser pensadas e discutidas, como: a aceitação do diferente/heterogeneidade; a importância da relação escola-família; o planejamento escolar mais humanizado e menos burocratizado; mais lúdico/concreto e menos formal/abstrato; a avaliação enquanto processo, considerando o nível de cada educando/avaliação diagnóstica; metodologias mais próximas, considerando a realidade social; projetos que envolvam alunos e comunidade, etc. Uma educação democrática e participativa.

Dentre tantas mudanças ocorridas, hoje falar em ciclo de alfabetização e progressão continuada, é mais um grande desafio para todos os educadores.

Portanto, quando pensamos em ciclo de alfabetização, num primeiro momento, podemos erroneamente pensar em fases estanques e isoladas, ou seja, considerar os anos de alfabetização sem fazer a relação entre os níveis de ensino e aprendizagem, desconsiderando o processo. Porém, não basta mudarmos a terminologia e continuarmos a agir com homogeneidade, como se o currículo fosse organizado de maneira seriada/tradicional, onde a lei do mais forte e do melhor prevalecem.

            Observa-se que aprovar ou reprovar está sendo uma questão subjetiva, relacionada ao sujeito avaliador, a avaliação e os objetivos elaborados por ele, o olhar desse sob o sujeito que realiza a avaliação, da relação existente entre os sujeitos. Contudo, no que diz respeito à avaliação, é necessário uma mudança de paradigma, onde se estabeleçam objetivos mínimos e claros, de forma consciente, respeitando as peculiaridades de cada sujeito. Vale ressaltar que a aprendizagem pode ou não se concretizar até o final desse ciclo de alfabetização, dependendo das condições física, emocionais, psicológicas de cada sujeito.

            Avaliações oficiais não consideram todas as entranhas, as dificuldades, as relações, os sujeitos do processo. Por isso, se nos propusermos a incluir a todos, devemos lutar por uma educação diferente, diferenciada. Mas até onde o sistema nos permite concretizar muitas das legislações em vigor?

Queremos e devemos avançar em muitos aspectos, principalmente, no quesito aprendizagem, mas não podemos jamais ficar reféns de avaliações externas que nos colocam mais uma vez no roldão da produção em série. Devemos lutar por uma avaliação de auxílio ao educador, mas não baseada em críticas, comparações, notas classificatórias que enfatizam a exclusão.

            É necessário investir mais no educador, considerando que ele é um sujeito em potencial e capaz de mudanças significativas.

Alexandra Marin Colpo

E.M.E.F. Manuel Albino Carvalho

domingo, 27 de outubro de 2013

Ciclo de Alfabetização e Progressão Escolar

                A escola é um espaço de apropriação de conhecimentos sobre o mundo em que vivemos, em que se pensa sobre as relações com a natureza, com o outro e consigo mesmo e que promove a socialização e a transformação da realidade e a partir dessas premissas seu currículo não pode ser entendido como um aglomerado de conteúdos.
         A integração dos conhecimentos oriundos das diferentes áreas de conhecimento se dá através da linguagem onde as identidades são construídas e a inserção social ocorre. O ensino da oralidade e da escrita assume centralidade no processo educativo e para concretizarmos tal tipo de ação pedagógica precisamos repensar os modos de organização escolar.
         “O regime de ciclos nos oferece possibilidades de repensarmos os tempos escolares, de modo a encontrarmos formas diversificadas de abordar os conhecimentos, rumo a um ensino mais problematizador.” (Texto 1, Unidade 8, Ano 1, pg.8)
         Ferreira e Leal (2006) concebem que o regime de ciclos: possibilita a elaboração de uma estrutura curricular que favorece a continuidade, a interdisciplinaridade e a participação; pode colaborar para a negação de uma lógica excludente e competitiva rumo a uma lógica da inclusão e da solidariedade; dentre outros aspectos.
         No entanto para que os direitos de aprendizagem sejam garantidos é importante planejar a ação docente valorizando os conhecimentos construídos pelas crianças nos espaços extraescolares e que sejam oportunizadas situações para que novas aprendizagens aconteçam.
         “A progressão, no entanto, não pode ser vista simplesmente como passagem de uma etapa de escolaridade para outra. Ela pode representar, na realidade, fenômenos distintos, mas interligados.”
         Enfim, é importante que as crianças progridam no processo formal de escolarização, mas com garantia de progressão em seu processo de ensino aprendizagem, principalmente. Não se pode naturalizar a progressão dos estudantes que não aprenderam. É necessário ajudar as crianças a avançarem em sua escolarização, favorecendo suas aprendizagens.

Profª Aline Medeiros
EMEF Dezidério Fuzer – 2º ano
EMEF Três de Outubro – Pré-escola e 1º ano


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Sugestões de Atividades para Planos de Aula com atividades específicas


Sugestões para  Planos de Aula que atendam:

·         As especificidades dos alunos que não reconhecem as letras do alfabeto por seus nomes e formatos, portanto não dominam a correspondência letra-som.

- Atividades para identificação do nome, vogais e consoantes que o compõe;

- Atividades para identificação do nome dos colegas, número de letras que tem em cada nome, quantas são vogais e quantas são consoantes;

- Bingo do nome;

- Alfabeto ilustrado com diferentes tipos de letras/desenho/palavras para expor na sala de aula;

- Jogos (boliche de letras, jogo da memória com correspondência desenho/palavra ou desenho/letra inicial);

- Brincadeira de pulos no pézinho, por exemplo. Num nível mais avançado, trabalhamos as sílabas, número de sílabas. Aqueles que ainda se encontram no processo de identificação, nomeação, o educador escreve a palavra no quadro ou entrega digitada ao aluno para identificação das letras/sílabas. O aluno dá os pulinhos de acordo com o número de sílabas da palavra;

- Criando com as letras: O educador entrega uma letra, nomeia e deixa livre para os educandos  usarem sua criatividade artística;

- Completando a letra que está faltando. Inicialmente pode-se trabalhar com o próprio nome, em seguida introduzir outras palavras de forma que a palavra esteja completa e logo abaixo com letras que estão faltando;

- Produção textual coletiva;

- Jogo das sílabas: cada aluno confecciona o seu, fazendo a identificação das sílabas, formação da palavra, identificação das letras/vogais/consoantes/letras que se repetem;

- Atividades para identificação e diferenciação de letras, números e palavras de outros sinais gráficos e entre si;

- Poema, música (identificação de palavras, letras que compõe a palavra);

- Histórias sonorizadas (estimulação auditiva e identificação de sons);

- Teatro (leitura, interpretação, produção e imaginação);

- História (jogo habilidade e atenção). Educando recebe uma folha com o nome de um personagem principal da história. A medida que o educador conta a história, os personagens vão se apresentando;

- Expor na sala de aula em uma cartolina a letra de uma música infantil, poema, etc. Em seguida, os alunos recebem esse mesmo texto com as frases numa sequencia diferente. Terão de reorganizá-lo ou como uma segunda opção entre outras, recebê-lo faltando palavras e os educandos terão de completar.

 

·         As especificidades dos alunos que produzem textos e leem com autonomia.

“Leitura e produção textual são atividades complementares, porém não necessariamente simultâneas (GROSSI, 1990,v.3,p. 34).”

- Produção Individual de textos, tendo como motivação o desenho do educando, a escrita de uma carta, bilhete, cartão;

- Confecção de jornal com a turma;

- Produção coletiva de textos, podendo o educador partir da leitura de um livro e fazer o resumo do mesmo em conjunto com os educandos;

- Leitura de diferentes gêneros textuais;

- Reconhecimento de palavras, frases no texto em diferentes tipos de letras;

- Análise de palavras de um determinado texto, significado, letra inicial e final, número de sílabas;

- Ditado de palavras ou frases relativas ou não a um determinado texto;

- Jogos (boliche de letras, jogo da memória com correspondência desenho/palavra ou desenho/letra inicial);

- Livro do alfabeto: relacionar palavras que iniciem com cada letra;

- Brincadeira de pulos no pézinho, por exemplo. Num nível mais avançado, trabalhamos as sílabas, número de sílabas. Aqueles que ainda se encontram no processo de identificação, nomeação, o educador escreve a palavra no quadro ou entrega digitada ao aluno para identificação das letras/sílabas. O aluno dá os pulinhos de acordo com o número de sílabas da palavra;

- Jogo das sílabas: cada aluno confecciona o seu, fazendo a identificação das sílabas, formação da palavra, identificação das letras/vogais/consoantes/letras que se repetem;

- Poema, música (identificação de palavras, letras que compõe a palavra);

- Teatro (leitura, interpretação, produção e imaginação);

- História (jogo habilidade e atenção). Educando recebe uma folha com o nome de um personagem principal da história. A medida que o educador conta a história, os personagens vão se apresentando;

- Remontagem de um texto, apresentado em nova folha digitada com suas frases em ordem diferente da original;

- Contagem de frases, de espaços e palavras;

- Interpretação textual;

- Completando as sílabas que estão faltando. Colocam-se em envelopes cartões com palavras faltando à primeira sílaba e pequenos cartões onde estão as primeiras sílabas retiradas. A tarefa consiste em completar adequadamente as palavras de cada envelope. Esta mesma atividade pode ser feita para sílabas finais ou intermediárias;

-Cartões para bingo de sílabas, onde se pode enfatizar: sílabas iniciais, finais ou intermediárias;

- Montando um dicionário.

IMPORTANTE:

“A diversificação do foco de interesse didático para cada nível da psicogênese não implica necessariamente sempre a diversificação de atividades. Uma mesma atividade pode servir para alunos em qualquer nível do processo, contanto que ela englobe um espaço amplo de problemas e que o professor provoque diferentemente, com questões e desafios adaptados a alunos em situações desiguais dentro da psicogênese (GROSSI, 1990,v. 3, p. 27).”

Obs. Nota-se que algumas atividades se repetem nas sugestões acima, considerando aqueles educandos que não reconhecem as letras do alfabeto por seus nomes e formatos, portanto não dominam a correspondência letra-som e para aqueles que produzem textos e leem com autonomia.

Alexandra Marin Colpo

              E.M.E.F. Manuel Albino Carvalho   

A Heterogeneidade na sala de aula


A Heterogeneidade na Sala de Aula

         Parte-se do princípio de que os seres humanos apresentam uma constituição, ou seja, são frutos das suas interações/relações sociais estabelecidas no meio em que vivem e interagem.

            Diante disso, sabe-se que estes apresentam níveis diferenciados de aprendizagem/conhecimentos pré-existentes, quando ingressam no ambiente escolar, sendo um dos fatores que os levam a ter mais facilidade ou dificuldade em compreender o conhecimento formal a ser apreendido. Além disso, não se pode esquecer-se dos educandos  que apresentam dificuldades de aprendizagem, transtorno do déficit de atenção e/ou hiperatividade, deficiência  física e/ou mental, enfim...

            Nessa gama de fatores, cada um apresenta uma história de vida, mais ou menos facilitadora para a aprendizagem. E educadores, o que o fazem diante disso?

            Não existem respostas prontas e acabadas, receitas, tudo depende do contexto o qual lhes é apresentado. Contudo, o que é ponto pacífico e indiscutível; é que as pessoas são diferentes, portanto aprendem de forma diferente. Assim como os  educandos, educadores  também apresentam uma história de vida e formação.

            Sabe-se que é necessário educar considerando a diversidade, ou seja, planejando e executando intervenções que atendam as necessidades e o nível de cada educando. Assim o faz-se, na medida do possível, ou pelo menos a maioria o faz.

            Não se pode ser demagogo (a) a ponto de dizer que tudo é perfeito, porque não é. Tem-se formação continuada, participa-se quando é de interesse e enriquecem-se as aulas na medida em que se acredita numa determinada forma de trabalho dialógico, crítico, participativo e lúdico.

            Nesse contexto, pessoas se cruzam, ações; concepções interagem e conflitos acontecem. Depende de cada um a resolução desses conflitos. Cabe ressaltar, que a heterogeneidade da sala de aula está em todos os lugares/espaços e qual será a importância que é dada a essas especificidades?

            Realmente atende-se a cada um dentro de um único contexto ou criam-se leis e faz-se  que isso acontece?

            Ficam os questionamentos para que se possa refletir sobre cada um deles e quem sabe se reelaborar a prática pedagógica, se necessário. Isso depende de cada um!

Alexandra Marin Colpo
E.M.E.F. Manuel Albino Carvalho

Restinga Sêca/RS

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A heterogeneidade no processo de alfabetização: diferentes conhecimentos, diferentes atendimentos

            A cada início de ano letivo quando recebemos uma nova turma pensamos nos conteúdos a serem desenvolvidos, na melhor metodologia a ser utilizada, na forma como iremos avaliá-los e acompanhar seu desenvolvimento, todavia precisamos levar em consideração que:
“Os alunos agrupados em uma mesma sala de aula, apesar de terem, geralmente, a mesma idade ou idades próximas, não aprendem as mesmas coisas, da mesma maneira e no mesmo momento. Como cada aluno é um indivíduo diferente do outro, um ser único, que vivencia experiências extraescolares distintas, é impossível existir uma sala de aula homogênea. A heterogeneidade de conhecimentos dos alunos de uma mesma turma ou de turmas diferentes é, portanto, natural e inevitável, não devendo ser vista de maneira negativa.” (Caderno PNAIC, Ano 02, Unidade 07)

            Essa característica precisa ser vista como promotora de atividades diversificadas em sala de aula ao mesmo tempo a fim de atender à diversidade de conhecimentos dos alunos, ajustando o ensino às diferentes necessidades de aprendizagem da turma.
            Para atender essa demanda o tempo pedagógico pode ser organizado, em sala de aula de modo que as atividades sejam desenvolvidas de modo coletivo e, sempre que viável, aplicadas com vários enfoques contemplando as necessidades de cada aluno, respeitando o tempo de aprendizagem de cada educando.
            Como por exemplo: ao levarmos um texto para a sala de aula, seja ele: um poema, uma lenda, uma receita, uma leitura informativa, uma fábula pode-se iniciar o trabalho com a leitura do mesmo pela professora ou por um ou mais alunos que já estão lendo.
            Num segundo momento sugere-se a compreensão, inferências e extrapolações a partir do mesmo. Os alunos podem ainda, conforme seu nível de lecto-escrita ilustrar, fazer uma releitura, identificar palavras, produzir frases, criar um novo início ou fim para o mesmo, buscar palavras que rimem, localizar palavras, completar frases, montar um mini-livro, dentre outras.
            Enfim “... pode-se propor variações em uma mesma atividade, tornando-a mais ou menos desafiadora, de modo a atender à diversidade de conhecimentos dos alunos ou propor atividades diferentes para grupos ou duplas diferentes.” (Caderno PNAIC, Ano 02, Unidade 07)

Profº Aline Medeiros
EMEF Dezidério Fuzer – 2º ano
EMEF Três de Outubro – Pré-escola e 1º ano

            

domingo, 15 de setembro de 2013

Como Estrelas na Terra, Toda Criança é Especial


O filme conta a história de um menino e 9 anos chamado Ishaan Awasthi, ele sofre de dislexia, estuda em uma escola normal e repetiu uma vez o terceiro período e está correndo o risco de isso acontecer de novo. O menino diz que as letras dançam em sua frente e não consegue acompanhar as aulas e nem prestar atenção. Seu pai acredita que ele é indisciplinado e o trata com rudez e falta de sensibilidade.
Na escola onde Ishaan estudava, os professores só corrigiam os erros gramaticais dele e não percebiam que ele era uma criança especial, que precisava ser compreendida, e junto com seu professor pudesse ampliar seus conhecimentos, desenvolvendo a habilidade de leitura e escrita. No filme "Como Estrelas Na Terra o professor substituto usa uma metodologia de ensino inovadora, onde existe a motivação, usa o conhecimento de mundo dos alunos, buscando aprofundar e ampliá-los. O educador consegue mobilizar a escola a respeito da diversidade que existe na sala de aula, mostrando que é possível fazer com que o aluno desenvolva sua capacidade de aprendizagem a partir da compreensão e do incentivo do educador. 

O filme mostra uma lição de vida. Um garoto que foi tratado com respeito por um professor, que soube valorizar e entender as diferenças, usa como forma de expressão a arte, incentivando-o e mostrando-o que seu problema pode ser superado e que sua deficiência não o tornava diferente dos outros. A dislexia é uma doença que está longe de ser solucionada, e o que salvou o garoto não foi a descoberta da doença, mas sim, os novos métodos utilizados pelo educador, fazendo com que o menino aprendesse a lidar com sua diferença. Este filme retrata a realidade na qual vivemos, os alunos com diversas deficiências estão incluídos nas escolas regulares e infelizmente nem as escolas e nem os professores  estão preparados para essa mudança. 

Torna-se necessário que os  educadores saibam lidar com esses problemas no contexto escolar, para poder encontrar meios e soluções para trabalhar com essa e as demais deficiências.

Professora Daniela Dotto

EMEF Francisco Giuliani

Atividade exploratória ,onde os alunos puderam interagir com os materiais do cantinho da leitura e escolher o que mais lhe foi significativo.O interessante foi que todos pegaram os livros de histórias e nem observaram as caixas de jogos.Professora Daniela Dotto
EMEF Francisco Giuliani